Estado e segurança PDF Imprimir e-mail
Escrito por Paulo Macedo   
04-Mar-2013

Estado e segurança

por: Paulo Macedo
Já muito se falou e, infelizmente, muito se continuará a falar da crise económica e financeira que se vive em Portugal e, necessariamente, dos seus reflexos e consequências.
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Qualquer crise implica uma gestão, tanto quanto possível criteriosa e cuidada, dentro do contexto rápido, complexo e incerto aonde a mesma se desenvolve. É dos livros, não há novidade nenhuma, tal como também não é novidade que das situações mais difíceis de serem geridas uma crise está, seguramente, no lugar cimeiro.

Uma qualquer crise pode também gerar oportunidades ? e.g. os carateres chineses para crise conjugam perigo e oportunidade ? e, aparentemente, da nossa crise terá surgido, por força da necessidade, a oportunidade para ?reformar o Estado?, o que quer que isto queira dizer pois as interpretações são muitas e variadas, normalmente definidas em função do prisma político em que o observador se situa.

A discussão da ?Reforma do Estado? ainda não começou e já se notam sinais de desconforto, de incompreensão e de alguma rebeldia, em alguns setores da sociedade portuguesa e até em forças de segurança o que, naturalmente, é preocupante e não augura nada de muito ?simpático? para o futuro a curto e médio prazo.

Não discutindo a óbvia necessidade de resolver um problema financeiro e económico nacional, presente e futuro, com eventualmente poucas linhas de ação alternativas, como outros mais habilitados do que nós todos os dias nos lembram, e não discutindo também a eventual necessidade de proceder a profundas reformas no Estado entendemos, no entanto, que não se empreendem reformas, qualquer que seja a sua natureza, com a mesma ligeireza com que se escolhe entre um fato e um pijama.

Decisões tomadas em cima dos joelhos traduzem-se em consequências negativas a muito curto espaço de tempo.

Este governo, em particular, já demonstrou que não sabe o que é preparar-se; o imediatismo da vida política aliado à rapidez da informação e à natural ambição política leva à tomada de ação sem consideração pelas consequências, e estas são e têm sido muito negativas para a generalidade do povo português.

Não colocamos em causa a boa-fé de quem nos governa nem o seu sentir que está a fazer o melhor que sabe, mas isso não chega para dar de comer às crianças que vão com fome para a escola, tal como também não chega para dar uma velhice digna aos idosos que sobrevivem por este país fora em condições inacreditáveis, entre muitas outras situações.

Falar-se em sacrifícios é relativamente fácil quando somos inconscientes da realidade à nossa volta ou quando não discernimos entre ?sacrifícios? e ?vítimas?; falar-se em sacrifícios é relativamente fácil quando não nos sentimos responsáveis.

O discurso chega a ser violentador da dignidade daqueles que têm a infelicidade de estar na base da pirâmide social.

Em boa verdade, também entendemos que entre Bruxelas, Frankfurt e o Terreiro do Paço, pouco tempo resta para ir à Sertã (e.g.) ver e sentir em que condições as crianças vão à escola APRENDER.

Não chega, porque o .........

Actualizado em ( 17-Mar-2013 )