Os cortes e as Forças Armadas |
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Escrito por Paulo Macedo | |
18-Abr-2013 | |
Os cortes e as Forças Armadas
por Paulo Macedo* A defesa nacional é uma obrigação do Estado e à sua componente militar cabe a defesa contra ameaças externas, pese embora este último conceito requerer, hoje em dia, alguma alteração ou redefinição. (...) (...) Com os cortes orçamentais anunciados, sem que se saiba aonde vão ser efetivados, com que racionalidade ou fundamentação o vão ser, Portugal corre o sério risco de ficar sem o nível de defesa mínimo que é requerido a um país, por mais que diga a teoria que a nossa segurança está fundamentalmente dependente das alianças a que pertencemos. Há pouco tempo, lendo a ?Primeira Invasão de Portugal ? 1807-1808? de David Buttery, notamos que a ajuda militar britânica de julho de 1808, comandada por Wellington, terá ocorrido em função do pedido de ajuda por parte de dois aristocratas espanhóis ? Visconde Materosa e Andrés Angel de la Vega ? e que o desembarque na Península Ibérica se deu em Portugal dada a recusa espanhola, designadamente na Corunha, em receber tropas britânicas, ainda que pedissem armas e munições, o que lhes terá sido dado. Este exemplo, com mais de 200 anos, parece-nos suficientemente elucidativo sobre a realidade dos tratados e das alianças como forma de segurar o nosso país, para já não nos recordarmos do mapa cor-de-rosa, da questão rodesiana, de Timor, enfim. De facto, nas relações internacionais não existem amigos, mas somente interesses, como alguém disse. A questão é se um dia Portugal se vir ameaçado e os interesses dos nossos aliados forem outros... Da mesma forma que já dissemos a respeito de outras matérias, parece inquestionável que haverá que fazer reduções, cortes e ajustamentos e as Forças Armadas (FA), não deverão ser exceção, como outras corporações o não deverão ser também. (?) *Paulo Macedo Docente universitário |